Ao longo dos quase cem dias do mandato presidencial, os sindicalistas têm conseguido conquistar postos estratégicos e exercer influência nas decisões importantes do governo.
O papel dessas organizações tem sido cada vez mais relevante no cenário político nacional, e a tendência é que essa tendência de fortalecimento se mantenha nos próximos anos.
Ademais, as centrais sindicais têm conseguido mobilizar-se e exercer influência na agenda do governo Lula.
O caso mais recente foi a redução da taxa de juros do consignado, liderada pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, contrariando a vontade da equipe econômica.
Os sindicalistas também obtiveram uma maior elevação do salário mínimo contra a Fazenda, além da retomada da política de valorização do mesmo.
Uma outra vitória em andamento é a criação de uma mesa tripartite entre governo, empresários e sindicatos para discutir a revisão de alguns pontos da reforma trabalhista aprovada no governo Michel Temer (MDB). Essas conquistas destacam a crescente relevância dos sindicatos na política brasileira e sua capacidade de influenciar decisões importantes do governo em benefício dos trabalhadores.
Sem recursos e fragilizadas politicamente durante os governos Temer e Bolsonaro, as centrais sindicais acabaram por afastar antigas divergências e se alinhar politicamente. Assim como os partidos a que elas estão ligadas, todos atualmente integrando a base de Lula.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) está vinculada ao PT; a Força Sindical, ao Solidariedade; a União Geral dos Trabalhadores (UGT), ao PSD e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ao PCdoB. Além dessas, temos também a Nova Central (NCST), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Intersindical Central e Pública.
Essa união política entre as centrais sindicais é um movimento importante na atual conjuntura brasileira, permitindo a essas organizações maior capacidade de articulação política e de defesa dos interesses dos trabalhadores.